quarta-feira, 26 de agosto de 2015

De onde venho

Moro numa cidade
Onde bares são garagens que não guardam carros;
Onde a aurora se ver da ponte;
Onde a justiça é rainha e o galo é rei;

Moro numa cidade
Onde os prédios derramam suas lágrimas de concreto, molhando quem passa no seu coração;
Onde as frutas e os temperos batizam os bairros;
Onde a saudade e a coragem têm endereço certo;

Moro numa cidade
Onde o alto pode ser menor que o morro;
Onde o brigadeiro não tem festa, mas tem farda;
Onde o sul e o norte nos levam e nos trazem mostrando seus fins;

Moro numa cidade
Onde as pontes têm seus pontos;
Onde as estrelas formam o chão;
Onde o antigo não é velho;

Moro numa cidade que nem é uma, são três ou mais.




 Luana Melo




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